ATIVIDADE 4 – Vídeo: Aspectos Psicossociais na saúde mental infantil
Aspectos Psicossociais na Saúde Mental Infantil
Para explicar esse momento de transformação carregado de sentimentos e expressões na vida dos pequenos, a médica pediatra e terapeuta de família na Coordenação Técnica de Saúde Mental do Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), Maria Martha Duque de Moura, esclarece o seguinte:
Como o isolamento social influencia na saúde mental infantil?
Para as crianças, adaptar-se ao cenário de isolamento social exigido pela pandemia do novo Coronavírus pode ser difícil. A vida seguia seu percurso normal, mas, de repente, tudo mudou. Uma nova rotina, sem escolas, creches, sem contato com os colegas, sem passeios chegou e trouxe à vida de todos, especialmente dos pequenos, muitas mudanças e adaptações.
Como
os pequenos respondem ao estresse que estão sendo expostos?
É natural a nossa estranheza com o “novo normal”, todas as preocupações com contágio, limpeza e prevenção. Inevitáveis os impactos psicológicos do isolamento na vida das pessoas, inclusive das crianças. Reações de medo de adoecer e morrer, de perder pessoas queridas, com isso, as crianças expressam seu medo através de crises de angústia, irritabilidade, tristeza, alterações do apetite e sono. Ninguém é forte o tempo todo, por isso, é importante respeitar os momentos de tempestade de cada um.
Como o isolamento social impactou no desenvolvimento escolar das crianças?
Os seres humanos aprendem se relacionando com seu entorno. A criança aprende ao explorar o mundo, ao brincar sua realidade. Ainda que a creche e a escola não sejam os únicos espaços de cuidado e aprendizagem, ali encontramos processos sistematizados que pretendem impulsionar a aquisição de conhecimentos. As instituições educacionais promovem também a oportunidade de encontros com os pares, pessoas de idades e momentos cognitivos aproximados. Esses encontros promovem o que o autor Lev Vygotsky chamava de zona proximal de conhecimento, que contribui em muito para o aprendizado. A socialização, o exercício de convívio no coletivo complementa e é consequência preciosa da frequência à escola.
As crianças precisam ter ciência de tudo que está acontecendo? Sim
As crianças têm o direito de saber e acompanhar o que está acontecendo. Os adultos devem achar a dose, a quantidade de informações e evitar sobrecarregá-las. É importante filtrar e limitar a avalanche de notícias que chegam em nossas casas todos os dias, além de escolher fontes seguras e confiáveis.
Seguem algumas sugestões para o trabalho com os educandos. Clique nos links abaixo para visualizar:
Vídeo do Ministério da Saúde:
Vídeo pós Pandemia- Unicamp
Freud foi o primeiro autor a descrever o mecanismo psicológico do brincar e a estudar a vinculação entre brincadeira e a construção do sujeito. Brincando o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e descobrir seu “eu”.
O espaço lúdico está situado entre o real e a fantasia, fornecendo subsídios que podem contribuir para um bom desenvolvimento do processo saúde / doença.
Aspectos de intervenções são discutidos por Zannon (1991), o qual defende a criação de mecanismos promotores de um ambiente saudável e vê o brincar como uma possível estratégia.
Organizando o retorno com foco no acolhimento das crianças
Converse com as crianças
A fim de saber como foi o período de isolamento para as crianças. Além da conversa com as famílias, é altamente recomendado conversar com elas sobre o que fizeram ou não em casa.
Observe as conquistas das crianças
Frequentando unidades de ensino ou não, as crianças aprendem em seu cotidiano e, a despeito de qualquer dificuldade sociocultural e econômica, não retornarão à escola do mesmo jeito que estavam quando ela foi fechada. Avanços devem ser observados e comentados com as famílias e as crianças. Caso o professor perceba que ela ainda não consegue fazer alguma atividade na idade esperada, poderá observar pessoalmente se é por falta de estímulo ou se ela apresenta algum problema cognitivo ou físico (o que pode ser feito com a intersetorialidade com rede de apoio de Assistência Social e de Saúde do município).
Segue uma sugestão para aprofundamento de estudo. Trata-se de um documento publicado da Fiocruz “Crianças na pandemia COVID-19”:
Clique no link abaixo:
https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/wp-content/uploads/2020/05/crianc%cc%a7as_pandemia.pdf
Proporcione experiências
Converse com os pais e com as crianças quais experiências elas menos tiveram durante o período de isolamento. Por exemplo, desenhar, pintar, contar sobre suas experiências e o que elas desejam, sentiram falta, o que aprenderam, etc.
Este vídeo mostra uma experiência muito interessante sobre o sentimento das crianças:
Vídeo: Portal Lunetas
Mais algumas sugestões para o trabalho com os educandos. Clique nos links para visualizar:
Vídeo Enquanto houver sol
Vídeo Lavagem correta das mãos:
Orientações e Fluxo de encaminhamento UBS
Quando o professor, após intervenções, observar que a criança necessita de apoio psicológico, deve preencher o formulário de referência e contra referência em duas (02) vias (uma fica na Unidade Escolar e a outra é entregue para o responsável).
O professor deve conversar com os responsáveis e orientar a procurar a Unidade Básica de Saúde de referência e posteriormente dar uma devolutiva para a unidade escolar.
Caso encontre dificuldades deve acionar a Coordenadora do Grupo de Trabalho Produção de Cuidado do Programa Saúde na Escola (PSE) - Denise Hansel através dos e-mails pseeducacao@gmail.cm e/ou denise.hansel@gmail.com ou pelo telefone 2475-7549.
No e-mail, é necessário colocar:
- Unidade Escolar;
- Nome completo da criança;
- Data de Nascimento;
- Cartão SUS;
- Número da matrícula da UBS;
- Nome da Mãe;
- Telefones de contatos; e
- Relatório descritivo do caso.
REFLEXÃO
“Somos todos ensinantes e aprendentes e nesse processo vamos nos construindo como sujeitos de nossa história.”
Alicia Fernández